Não tenho . não tenho . não tenho . não tenho . não tenho
Não adianta . Nada
É simples . Pare de me pedir . Não dá
E depois que eu sair . não quero ver nunca . nem rastro . nem cheiro . nem as porcelanas velhas compradas domingo de manhã . em um pingo de chuva daquele verão passado a 120 por hora
Nada . nada
Por que sofrer é um outro meio de se desprender . e o que eu quero agora é só este vento minuano a me surrar as faces . E como quero
Aqui . Os arrozais estendem-se ao longe e o perfume dos seios é inebriante
Elas desfilam por entre os campos e conduzem o sul como se flutuassem . estes pés alvorescidos
Pinhões derramam-se pelo caminho . fartura imensa
As mechas douradas é que ceifam o campo aberto
Nada mais da chuvitiba sem sal . Estes paraleleduropípedos são um arramedo de chão . trapo pueril perto do que traz de sonho a terra ao leste do planalto
A vida . está em outro lugar
E eu me atiro na direção dos chalés nórdicos catarinenses
Viva o sonho . de plantações de arroz e de fala cantada