sábado, 9 de abril de 2011

DEVASTIDÃO . Mostra SESI Dramaturgia


Quero agradecer oficialmente a oportunidade e a abertura que este evento têm concedido aos autores/dramaturgos/dramaturgistas/criptocoreógrafos, bem como a atores, e, claro à recepção de cada encontro, de podermos, neste espaço, com a estrutura, a organização e a produção a nos auxiliar, promover, movimentar, podermos mostrar estes textos produzidos até então, e contribuir, de alguma forma, para a concretização de algo que nasce desde já para consolidar-se como de real importância para a cena da produção de dramaturgia que se levanta aqui no Paraná.
Obrigado Scheila Foltran e Nawbert Cordeiro, artistas excepcionais que se dispuseram a este texto.
Obrigado Judite Fiorezze, que atendeu prontamente as minhas indicações.
Obrigado Marcos Damaceno Cia. de Teatro.
Obrigado SESI.
Obrigado Colegas Dramaturgistas.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

FATIA DE GUERRA . Leitura na Cia Brasileira de Teatro




Ontem, 06/04/2011, 18:00h, aconteceu na sede da Cia Brasileira de Teatro, a Leitura do texto FATIA DE GUERRA, de minha autoria, no evento intitulado “em companhia de (…)", no Festival de Curitiba 2011.
a Leitura foi executada pela atriz Juliana Galdino, sob direção de Roberto Alvim, membros fundadores da Cia Club Noir.

Depois de um dia turbulento de trabalho na produção de vídeos, e do ensaio para o outro texto de minha autoria – DEVASTIDÃO, para a MOSTRA SESI DRAMATURGIA – da imobilidade de 3 minutos em frente à porta do prédio da Cia. Brasileira de Teatro, subi, no ímpeto, as escadas.
Entrando na sala, notei o pesado silêncio que ali havia se instalado. A leitura já estava em andamento.

Na penumbra, no canto mais extremo e escondido da sala, temendo chamar atenção, não consegui tirar os olhos da figura vigorosa que, demonstrando uma técnica controlada, numa leitura rica em nuances, timbres, velocidade, tempos, exato controle sobre a atenção, de forma fluente - o que só uma atriz com técnica e dedicação suficiente poderia dispôr, sob uma direção precisa como foi a do Roberto - realmente um exemplo para toda a nossa geração - com uma naturalidade impressionante, fazia com que eu identificasse as palavras que um dia me propus a escrever, tomando agora, dimensões a se desenvolver e ecoar na efemeridade do tempo, na corporalidade do espaço.


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Era "apenas" uma leitura, e no entanto, não vi da parte dela, nem do Roberto, desleixo para com o trabalho. Em nenhum momento.
Pelo contrário. Todo o respeito lhe foi imbuído, desde o seu primeiro contato.

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Lá pelo fim da leitura, ela não se conteve, e emocionada, com a garganta presa, deixou as lágrimas rolarem, em frente a todos. Senti a atmosfera da sala mudar. Também, junto com ela, não deixei de me emocionar.

Mas, para fora de qualquer vaidade quew poderia puxar-me a uma possível credulidade cegante que as condições do evento em si poderia sugerir, foi realmente uma ótima leitura, e pude constatar - avaliando comentários como os de Márcio Abreu (Dir. Da Cia Brasileira de Teatro), feitos ainda no calor do evento - que o texto é sim capaz de ser também um objeto de comunicação, e, principalmente, de expansão de um modo de escrita que, para mim, está apontando no horizonte, e que também espero, que esteja apontando horizontes, num movimento que está julgo estar no seu início, e a ter de reinventar, possivelmente, técnicas específicas que possam dar conta destas novas abordagens.

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Só tenho a agradecer a dedicação do que, julgo, deveria ser parâmetro geral para toda a geração de atores/atrizes que aí está, visando o "ainda por fazer”, afim de que possamos vislumbrar possibilidades de encenar estes textos que estão sendo escritos, afirmo, para este momento, ou para o momento vindouro. Sim - o vislumbre que se faz saudável, premente e urgente.

E, arriscando por cima, só com uma técnica afiada, exata , precisa – o que só se consegue com o debruçar-se com o devido rigor físico e intelectual sobre o trabalho, qualquer que seja este - e com o controle deste, por parte dos possíveis atores que se disporem ir ao encontro destes textos, é que poderemos apontar caminhos para a possível execução destas novas dramaturgias, afim de relativizarmos possibiliddes à execução de experiências que possam ser provedoras, compartilhadoras e expansoras destes universos em questão.

* O identificar as questões que cada objeto de dramaturgia propõe, em específico.

* O colocar-se no lugar primordial de quem propõem tais questões, com e nos textos, especificamente, controlando a pretensão natural de querer dirigí-los, preenchendo por demais as lacunas que tais objetos se nos apresentam, dando assim uma sugestão finita para algo que, a meu ver, tende a nascer com o propósito ser, desde a gênese, um poema infinito.

* O estar aberto a o que eles podem nos oferecer - ao que possivelmente, poderão fazer conosco - com toda a carga que lhes está imbuída, no instante da troca, como o universo particular de cada um que lhes recebe.


Obrigado de todo à Roberto Alvim, por ter compartilhado comigo da leitura deste texto num fim de tarde, na sala da Casa do Damaceno. E à Juliana por ter se disponibilizado para a leitura.

Para mim uma honra, e uma motivação para continuar à escrita - ainda que considere este momento - BOXS, FATIA DE GUERRA, DEVASTIDÃO - como um desenho circular onde a linha já quase tange o ponto de seu início.